Braz comemora 40 anos de trabalhos artísticos
Nascido em Paraisópolis, o poeta e compositor Braz Aparecido completa, em 2010, 40 anos de trabalhos artísticos. Autor de consagradas canções como A Chuva, um dos maiores sucessos da época e Vióla e o Carro de Boi (imortalizadas nas vozes da dupla Tonico e Tinoco em 1980), Vióla gravada pela dupla Cancioneiro e Caçulinha, e do Hino de Paraisópolis, o compositor se orgulha em saber que terá duas composições inéditas gravadas pelo Trio Brasil Sertanejo (O Bailão e Bandida), CD que será lançado até o fim do ano.
Além de poeta e compositor, aos 66 anos, Braz Aparecido encara um novo desafio em sua carreira, o de atuar. Braz viverá na pele do capitão do mato, “Gregório”, personagem que irá interpretar no longa independente “Pedrinho o escravo amaldiçoado”, que deverá estrear em 2011.
A trajetória deste apaixonado pela música raiz começou profissionalmente em 1970, mas muito antes Braz já compunha suas músicas e escrevia seus poemas sertanejos. Sem nenhum artista na família, aos 12 anos aprendeu a tocar cavaquinho com o irmão mais velho. Mas foi no ano de 1958, quando seu pai, José Pereira Lima, comprou um rádio, que o garoto de 14 se apaixonou perdidamente pela música. Ficava horas e horas ouvindo MPB e músicas de raiz. Desde então passou a compor e não parou mais. São mais de 60 composições gravadas de sua autoria e em parceria com os amigos Luiz de Castro, Vieira e Vieirinha, Zilo e Zalo, Ademir e Ademar, Barnabé, Jeca Mineiro e Sebastião Victor.
Com tantas composições de sucesso, não demorou a ser reconhecido pela mídia. Primeiro em 1975, onde foi considerado o “Poeta do repertório de ouro”, pela revista Sucessos Sertanejos, da editora Madrigal. Em 1979, Braz recebeu do programa “Canta Viola” (Rede Record) um diploma de gratidão, em reconhecimento ao apoio e contribuição para o engrandecimento da música Popular Brasileira.
Suas composições venceram vários festivais sertanejos promovidos na região. Como grande conhecedor da área participou como jurado em vários festivais da música cabocla por todo o país.
A música também contribuiu para que nascesse no compositor sua veia poética, mas foi com a leitura livros de poema, que Braz aprendeu a escrever poesias com métrica (medida dos versos), através de sua observação.
Também premiado em vários concursos de poesia, teve seus trabalhos literários publicados em diversos livros. Suas poesias foram vencedoras em diversos concursos. Como compositor seu nome está imortalizado no álbum “Nova História da Música Popular Brasileira”, pela editora Abril e como vencedor do prêmio “Destaque”, promovido pela revista “Brasília”, no XX Concurso Nacional de Poesia.
O homem que nunca gravou suas composições, preferindo que as mesmas também nunca recebeu reconhecimento por sua obra, conhecida internacionalmente, em sua cidade.
Há muito tempo, a falta de apoio das autoridades local à cultura e aos artistas ainda é um fator que entristece o compositor. Braz não se refere apenas a ele, mas ao amigo Paraisopolense, Carlos Gonzaga, grande artista da jovem guarda, conhecido internacionalmente, e que nunca foi reconhecido como merece em sua cidade natal.
Para Braz, isso acontece porque o município prefere trazer artistas de fora, deixando de valorizar e incentivar os artistas da terra.
A história deste compositor e poeta premiado em todo o país prova que Paraisópolis não é apenas a terra de Amilcar de Castro, mas sim velhas e novas gerações de poetas, compositores, escritores, pintores, escultores e cantores que ainda sonham em receber tamanho reconhecimento. Conheça mais sobre a obra do compositor acessando o blogdobrazaparecido.blog.com, lançado no dia 27 de setembro, e que em duas semanas já teve mais de mil visitas.