segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Foi Por Isso Que Eu Mudei

Autor: Braz Aparecido e Colêra

Tá fazendo muitos anos
Que lá bem longe eu deixei,
Minha terra onde nasci
A casinha que morei.
As campinas verdejantes
O riacho que pesquei.
Com tristeza vim me embora
E nunca mais lá voltei.

Que saudade minha gente
Das serestas que cantei,
Daquela moçada boa
Dos bailinhos que eu dancei.
É bonita a minha terra
O lugar que me criei,
De saudade e solidão
Muitas vêzes já chorei.

Quando fiz minha partida
Meus colegas abracei,
Com os olhos quase em pranto
Minha mãezinha beijei.
A razão desta jornada
Foi alguém que tanto amei,
Ela me deu o desprezo
Foi poi isso que eu mudei.

Tempo perdido

Gravação:  Colêra, Campinho e Vicentinho 

Autor: Braz Aparecido e Colêra


O tempo que eu te amei
Eu fui amado e querido
Vivia feliz,contente,
Tudo era divertido.
Eu tinha felicidade
Porque nós viviamos unidos,
Nosso amor era tão belo
Igual a um jardim florido.

Aquele tempo passou
Hoje eu vivo aborrecido,
E você nem não calcula
O quanto eu tenho sofrido.
Passo as noites tão triste
Eu nem não tenho dormido,
Você me deixou magoado
Com o coração ferido.

Na hora da minha prece
Pra Deus eu faço um pedido,
Para me dar alegria
Porque vivo entristecido
E fazer que eu esqueça
Do meu benzinho querido,
Que foi embora pra longe
Pra lugar desconhecido.

Hoje vivo desprezado
Por você fui esquecido,
O meu sonho foi desfeito
Nosso amor foi destruído.
Seus carinhos eram falsos,
Amava outro escondido,
Eu amei sem ser amado
Tudo foi tempo perdido.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Saudade

Gravação: Trio Serra Dourado
Autor: Braz Aparecido e Paulinho Caldas

Alguém que eu amava tanto foi para bem longe
Agora eu vivo sofrendo chorando meu pranto
Eu já não posso mais viver aqui tão distante
Sentindo a cruel saudade de quem amo tanto
Tentei descobrir mas eu não pude saber
Porque que esta saudade é tão traiçoeira
Queria que meu bem voltasse para os meus braços
Não posso mais ficar sofrendo assim a vida inteira.

Saudade,saudade malvada
Saudade que não tem mais jeito
Saudade vá para bem longe
E deixa de ferir meu peito.

Depois que a saudade veio e ficou comigo
A alegria que eu tinha logo foi embora
Comigo agora ficou somente a tristeza
Por isso que eu já não sei o que faço agora
A mágoa que eu sinto no peito agora é muito grande
Saudade quando é de mais não tem dó da gente
Eu estava bem feliz sem pensar em nada
Mas esta saudade malvada chegou de repente.

Saudade saudade malvada
Saudade que não tem mais jeito
Saudade vá para bem longe
E deixa de ferir meu peito.

Doutor Sertanejo

Gravação: Trio Serra Dourada
Autor: Braz Aparecido

Nasci com o destino de ser um artista
Os versos que canto todos dão valor
Meu sertão querido é o meu berço amado
Eu tenho orgulho de ser do interior
Toda vida tive um grande desejo
De ser um artista ou compositor
Mas meus pais queriam que eu viesse um dia
Morar na cidade e estudar pra doutor.

Com muita tristeza deixei meu sertão
Recanto querido cheio de beleza
Onde as andorinhas fazem revoadas
Enchendo de encanto toda natureza
Pra satisfazer os gostos dos meus pais
Deixei o sertão e vim pra cidade
Logo eu comprei os livros de estudo
Depois eu entrei numa faculdade

Durante o tempo que eu era estudante
Lembrava o sertão onde eu fui criado
Com esforso eu terminei os estudos
E na faculdade eu fui diplomado
Vendo que não era este o meu desejo
Então eu guardei o anel de doutor
E peguei de novo a minha vióla
Porque é na arte que eu tenho amor

Agora feliz estou enviando
A minha mensagem ao Brasil inteiro
Mostrando à todos os versos que canto
Nasci com destino de ser violeiro
Assim vou seguindo a minha jornada
Eu estou morando na terra paulista
Mando esta mensagem através do rádio
E tenho orgulho de ser um artista.

Boa Viagem

Gravação: Rio da Anta e Rio do Peixe
Autores: Braz Aparecido e Rio do Peixe

 Já me disseram que você vai pra bem longe,
Vai embarcar amanhã de madrugada
Eu lhe desejo bastante felicidade
Quero que seja feliz em sua jornada.
Vá pra bem longe e não pense mais em mim,
De me amar pode perder a esperança.
Estava vendo você arrumar as malas
Mas não sabia que estava de mudança.

E se um dia desejar me procurar
Pode encontrar-me mas somente como amigo. 
Entre nós dois nosso amor não mais existe
Eu não esqueço o que você fez comigo. 
Se é verdade que amanhã você vai embora 
E já chegou a comprar sua passagem, 
Sei que não posso impedir sua partida
Então eu quero desejar-lhe boa viagem.


Feliz Casamento

Gravação: Trio Serra Dourada
Autores: Braz Aparecido e Luiz de Castro

Quanta alegria você sente agora
Enquanto eu sofro um grande tormento,
Eu sei que você está muito feliz 
Porque hoje é o dia do seu casamento.
Tão linda de noiva vai casar com outro 
Sabendo que eu sofro uma grande dor,
Enquanto eu padeço já sem esperança
Você realiza seu sonho de amor.

E quando você entrar na igreja
Eu sei que meus olhos estarão em pranto,
Com grande tristeza chorarei baixinho 
Porque vai casar quem eu amo tanto. 
Sei que vou sofrer a vida inteira
Livrar desta mágoa já não tem mais jeito,
Você realiza seu sonho de amor
Eu sinto a mágoa de um sonho desfeito.

Mendigo de Amor

Gravação: Zé Campeiro e Zé Paixão
 Braz Aparecido e Luiz de Castro

Não me interessa a sua procedência
Na sua ausência o sol não brilhou. 
Cheguei ser na vida senhor importante 
Mas não foi o bastante, não tive um amor 
Jé tive dinheiro e carro importado
Mas fui derrotado em tudo dei fim
Porque nada vale ter tudo na vida, 
Não tendo você pertinho de mim.

Não tenho dinheiro não sou milionário, 
Mas sou proprietário do seu rico amor
Porque o passado não tem importância
Somente a distância mostrou seu valor.
0 mundo é uma escola onde a gente aprende,
Ataca. e defende com garra e temor. 
Prefiro ser pobre vivendo ao seu lado, 
Do que ser um rico, mendigo de amor.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sonho Realizado

Gravação: Cancioneiro e Caçulïnha
 Composição: Braz Aparecido.

Quando eu te conheci
Você tinha quinze anos,
Por você me apaixonei
E fiquei te esperando.
Vivendo com esperança
F fui fazendo meus planos.
E se um dia eu te perdesse
Seria meu desengano.


Eu já tive muito mêdo
De perder o seu amor,
Muitas vêzes já rezei
Na capela do senhor
Pra quando vocês crentesse
Compreendesse minha dor,
Para um dia realizar
Meu lindo sonho de amor,

Ó meu senhor agradeço
Hoje eu tenho o que eu queria,
Levei ela no altar
Num dia de alegria.
Agora juntinho dela
Não tenho melancolia,
Hoje eu vivo contente
Sou feliz todos os dias.

Agora aqui no meu rancho
Eu vivo bem sossegado,
Já não sinto mais tristeza
 Meu sonho foi realizado.
Meu viver é um paraiso
Meu sonho foi realizado,
Vou viver a vida inteira
Com meu benzinho ao meu lado.

Cruel Lembrança

Gravação: Os Cancioneiros de Goiás
Autores: Braz Aparecido e Luiz de Castro


Trago no peito uma dor estranha
Cruel lembrança me faz sofrer,
Meus olhos tristes derramais pranto
Por um alguém que eu não posso ver.
Eu não sou nada sem ter aquela
Que nesta vida eu amo tanto,
Serei apenas um i solitário
Vagando triste com os olhos em pranto.

Agora triste vou caminhando
Por uma estrada desconhecida,
Seguindo rumo do meu destino
Minha esperança já está perdida.
Sei que na vida jamais terei
Aquele amor nos braços meus,
Magoado eu vivo sempre lembrando
A hora triste do nosso adeus.


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Reportagem publicada no "JORNAL TEM" (www.jornaltem.com.br) em outubro de 2010


Braz comemora 40 anos de trabalhos artísticos

Nascido em Paraisópolis, o poeta e compositor Braz Aparecido completa, em 2010, 40 anos de trabalhos artísticos. Autor de consagradas canções como A Chuva, um dos maiores sucessos da época e Vióla e o Carro de Boi (imortalizadas nas vozes da dupla Tonico e Tinoco em 1980), Vióla gravada pela dupla Cancioneiro e Caçulinha, e do Hino de Paraisópolis, o compositor se orgulha em saber que terá duas composições inéditas gravadas pelo Trio Brasil Sertanejo (O Bailão e Bandida), CD que será lançado até o fim do ano.
Além de poeta e compositor, aos 66 anos, Braz Aparecido encara um novo desafio em sua carreira, o de atuar. Braz viverá na pele do capitão do mato, “Gregório”, personagem que irá interpretar no longa independente “Pedrinho o escravo amaldiçoado”, que deverá estrear em 2011.
A trajetória deste apaixonado pela música raiz começou profissionalmente em 1970, mas muito antes Braz já compunha suas músicas e escrevia seus poemas sertanejos. Sem nenhum artista na família, aos 12 anos aprendeu a tocar cavaquinho com o irmão mais velho. Mas foi no ano de 1958, quando seu pai, José Pereira Lima, comprou um rádio, que o garoto de 14 se apaixonou perdidamente pela música. Ficava horas e horas ouvindo MPB e músicas de raiz. Desde então passou a compor e não parou mais. São mais de 60 composições gravadas de sua autoria e em parceria com os amigos Luiz de Castro, Vieira e Vieirinha, Zilo e Zalo, Ademir e Ademar, Barnabé, Jeca Mineiro e Sebastião Victor.
Com tantas composições de sucesso, não demorou a ser reconhecido pela mídia. Primeiro em 1975, onde foi considerado o “Poeta do repertório de ouro”, pela revista Sucessos Sertanejos, da editora Madrigal. Em 1979, Braz recebeu do programa “Canta Viola” (Rede Record) um diploma de gratidão, em reconhecimento ao apoio e contribuição para o engrandecimento da música Popular Brasileira.
Suas composições venceram vários festivais sertanejos promovidos na região. Como grande conhecedor da área participou como jurado em vários festivais da música cabocla por todo o país.
A música também contribuiu para que nascesse no compositor sua veia poética, mas foi com a leitura livros de poema, que Braz aprendeu a escrever poesias com métrica (medida dos versos), através de sua observação.
Também premiado em vários concursos de poesia, teve seus trabalhos literários publicados em diversos livros. Suas poesias foram vencedoras em diversos concursos. Como compositor seu nome está imortalizado no álbum “Nova História da Música Popular Brasileira”, pela editora Abril e como vencedor do prêmio “Destaque”,  promovido pela revista “Brasília”, no XX Concurso Nacional de Poesia.
O homem que nunca gravou suas composições, preferindo que as mesmas também nunca recebeu reconhecimento por sua obra, conhecida internacionalmente, em sua cidade.
Há muito tempo, a falta de apoio das autoridades local à cultura e aos artistas ainda é um fator que entristece o compositor. Braz não se refere apenas a ele, mas ao amigo Paraisopolense, Carlos Gonzaga, grande artista da jovem guarda, conhecido internacionalmente, e que nunca foi reconhecido como merece em sua cidade natal.
Para Braz, isso acontece porque o município prefere trazer artistas de fora, deixando de valorizar e incentivar os artistas da terra.
A história deste compositor e poeta premiado em todo o país prova que Paraisópolis não é apenas a terra de Amilcar de Castro, mas sim velhas e novas gerações de poetas, compositores, escritores, pintores, escultores e cantores que ainda sonham em receber tamanho reconhecimento. Conheça mais sobre a obra do compositor acessando o blogdobrazaparecido.blog.com, lançado no dia 27 de setembro, e que em duas semanas já teve mais de mil visitas.